quinta-feira, 5 de março de 2009

Proposta de solução

O sarcamos e a comédia são por essência formas de expressão niilistas. Então deixe-me tentar algo diferente. Em vez de falar mal, vou tentar propor uma solução.

Costumamos reclamar que os políticos e autoridades encarregadas de poder em geral estão muito divorciadas da realidade da maioria dos brasileiros. Por isso, não podem entender as reais demandas do povo e acabam adotando medidas arbitrárias e equivocadas. Por isso, em parte, gastam tanto tempo, energia e dinheiro com inutilidades. Se eles realmente sentissem na pele o drama do brasileiro, tudo seria diferente.

Se o juiz, o deputado e o prefeito soubesse o que é estar do outro lado do insulfilm do carro, as coisas seriam diferentes.

Então, a proposta seria que todos estes devessem passar parte de seu cotidiano exercendo algum ofício da plebe.

Por exemplo, o presidente do Tribunal de Justiça teria que ser taxista por um dia. O vereador teria que ser balconista em pastelaria no Centro. Que o presidente da Nigri e demais imobiliárias que estam fazendo o maravilhoso trabalho de limpar o Centro fossem sem-teto e o pessoal da UDR fosse sem-terra.

E que o presidente fosse operário de chão de fábrica (a memória falha e às vezes é bom lembrar de onde se veio para se saber para onde se deve ir ou pelo menos a gente torce para ele perde mais alguma coisa. O dedo foi no passado e nos últimos anos foi a integridade, a coerência, o bom senso e o respeito às camadas populares. Acho que de mental já foi embora o suficiente.).

O prefeito teria que ser gari e o governador policial militar (talvez esta última alternativa não seja um boa idéia no caso do Rio de Janeiro, afinal se ele fomenta uma política genocida, deve ser por ter alguma espécie de neurose latente ou trauma mal resolvido. Alguma tara perversa em recalque que pode se manifestar quando deparado com situações estressantes que remetam a este bloqueio. Assim, ele poderia sair em rompante genocida se estivesse com a farda cinza e dentro do blindado. Isto seria ruim. Ou talvez bom, afinal devemos prezar pelo princípio da honestidade e, nesta situação, haveria maior honestidade, já que o trabalho estaria sendo feito de mão própria).

Mas fugi do meu tema. A idéia é basicamente esta. Mas não acho que devemos nos limitar às ocupações regulares e lícitas. Afinal, boa parte dos brasileiros trabalha em sub-empregos, ramos ilegais de geração de renda e outras improvisações necessária à sobrevivência.

Portanto, seria importante que, por exemplo, o presidente da Assembléia Legislativa fosse membro de milícia ou bicheiro por um dia (a piada resta subentendida). Ou que o desembargador da Câmara Criminal fosse foguete do tráfico. Que o guarda municipal fosse camelô e o policial assassino de aluguel (assim pelo menos ganhava um a mais a mais). E que alguns políticos fossem gerentes de fundo de investimento internacionais (não está ocupação não esta deslocada, esta no parágrafo certo).

Mas confesso que o dia que mais aguardaria seria o dia em que todos eles tivessem que realizar um ocupação que é lícita e é uma das mais antigas da história da humanidade. Algo que supre uma grande lacuna no "coração" de homens e mulheres ao redor do mundo. Rodar bolsinha no bairro da luz vermelha. Eu pessoalmente não sou muito fã de garotos de programa, mas seria interessante ver vossas excelências oferecendo seus corpos em praça pública. Assim, finalmente poderíamos retribuir a eles aquilo que vem fazendo a anos conosco e nosso povo, praticando coito contra as nossas pessoas. Eu sei que eu não ia querer traçar o Cabral ou o Paes (substitua o nome deles pelo da sua autoridade favorita), mas tenho certeza que algum potencial herói nacional faria este sacrifício em prol do bem comum.

Talvez este projeto de lei de iniciativa popular não passe, mas como os políticos tem o hábito de aprovar sem ler o inteiro teor da projeto acho que se colocarmos um nome bonito, tipo "Moção de Glorificação e Homenangem das Louváveis Funções Exercidas pelos Poderes Constituídos", talvez tenhamos uma chance.

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