sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Neoliberalismo em tempos de cólera

Os liberais não sabem onde enfiar a cara depois que o governo estadunidense aprovou o pacote de 700 bi para conter a crise do mercado. Os mais recalcados foram contra o pacote, os menos foram a favor com o bom e velho argumento da eficiência: "o Estado pode dar seus pitacos se for ajudar na eficiência do mercado". E que grande pitaco deu os EUA, afinal 700 bi não se acha em qualquer esquina. E não foi só isso, os EUA estatizaram as empresas Fannie Mae e Freddie Mac, além se salvar a AIG se tornando sócio da grande seguradora. O que fica cada vez mais claro é que esse modelo de economia não sobrevive sem o Estado; ou melhor, sem o modelo atual de Estado.

Para o sociólogo Loic Wacquant o que se desenvolve nos EUA é uma espécie de Estado centauro, dotado de uma cabeça liberal, que aplica a doutrina do "laissez faire, laissez aller, laissez passer" com relação as causas das desigualdades sociais, mas com um corpo autoritário que se torna extremamente paternalista quando se trata de punir as consequências dessa desiguadade. Não é à toa que os EUA tem a maior população carcerária do mundo; uma parte do estado está sempre presente, e forte.

Os grandes economistas seguidores de Reagan e Thatcher se explicam a todo tempo, basta ler os jornais...

A balela liberal da "mão invisível" que regularia o mercado, apregoada por Adam Smith, já caiu por terra faz tempo; mas é incrível como tem sempre alguém querendo dar soco em ponta de faca.

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