quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Deus salve a América

Os dois principais temas da atualidade são as eleições e a crise mundial, sobre o resultado das eleições penso ser melhor nem falar nada; portanto, falemos da crise.

A crise atravessou o atlântico, aliás, não atravessou o atlântico; mas chegou ao Brasil. Você entendeu, é isso o que importa. Milhares de frangos no sul estão morrendo de inanição porque seus donos não têm dinheiro para lhes comprar comida, um dos produtores resolveu distribuir frangos para a população como forma de protesto; bela estratégia de marketing. Resta saber se ele faria o mesmo por uma causa maior: matar a fome das pessoas.

Nos EUA uma articulista de um grande jornal sentenciou: “Americanos, bem vindos ao terceiro mundo”. Parece que a colega escritora não conhece muito bem o terceiro mundo, mas se o que ela quis dizer foi que a crise é grave, então entendemos. A crise em Cuba também é grave, mais grave do que os jornais noticiam; aliás, mais grave do que os jornais não noticiam... Os furacões arrasaram milhares de hectares de plantações e meio milhão de casas. Caucula-se um prejuízo de 5 bilhões de dólares. O governo americano ofereceu 100 mil dólares de esmola para ajudar a ilha comunista, cifra irrisória frente aos 700 bi para o mercado financeiro. Como em Cuba, citando Eduardo Galeano, “falta muita coisa, mas dignidade tem de sobra”, o governo rejeitou a oferta. O que os cubamos queriam mesmo era comprar equipamentos em caráter de urgência de empresas estadunidenses, mas não puderam por causa do embargo econômico.

E os americanos da banda do norte seguem confiando no invisível. Não na mão invisível, mas no grande invisível, nesse mesmo que você está pensando; a frase na cédula do dólar é emblemática: In god we trust.

Um comentário:

Mauro Sérgio Farias disse...

Acho que o grande problema, e não só em relação à Cuba, é a informação. Seja a que chega distorcida, seja a que não chega.

Sobre a frase na cédula, talvez fosse melhor mudar para "Only in God we trust".