quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Eduardo Galeano no Rio de Janeiro

Essa semana o escritor uruguaio Eduardo Galeano passou pelo Rio para fazer a divulgação de seu novo livro, Espelhos – Uma história quase universal, lançado pela L&PM Editores. Na noite de autógrafos realizada na PUC, Galeano deu uma palestra para um auditório cheio e compenetrado; olhares e ouvidos atentos para não perder uma palavra sequer.

Durante o dia uma chuva torrencial castigou a cidade, centro parado, ruas alagadas, engarrafamento, barulho, pessoas correndo, metrô lotado. A entrada no auditório foi um alívio, o silêncio pairava no ar, só se ouvia a voz pausada de Galeano; que fala o que não é falado e conta o que não é contado. Até tentaram calar sua voz após a publicação de Veias abertas da América Latina, que se tornou um clássico; quando seu livro foi censurado pela ditadura Galeano foi irônico: “As pessoas não podem ver o que escrevo porque escrevo o que vejo.”

Hoje sua palavra é livre e cada vez mais clara e perfeita, Eduardo Galeano virou uma espécie de oráculo da esquerda e símbolo da resistência à exploração dos povos oprimidos, suas frases de efeito são citadas em livros e camisas. Na conversa sobre seu livro, Galeano falou sobre sua vida, sobre o exílio, sobre política e como não podia ser diferente, destilou suas ironias.

Disse que os direitos das mulheres são tratados como direitos de minoria, mesmo com o fato claro e evidente de que as mulheres correspondem à metade da população, “Metade pra mim não pode ser minoria; bem, até pode, mas não é muito racional”, ironizou.

Também comentou sobre as eleições nos Estados Unidos, dizendo que considera importante a eleição de Obama num país de grande tradição racista; mas ressaltou que tem problemas para identificar as diferenças entre Republicanos e Democratas, que possuem, quase sempre, o mesmo discurso.

Eduardo Galeano leu trechos de seu novo livro e fez comentários, é difícil saber qual foi o clímax de uma conversa tão especial, assim como é difícil escolher qual é o melhor texto de Galeano. Agora é esperar a próxima.

Seu novo livro já está entre os mais vendidos na Espanha, Uruguai e Argentina.

6 comentários:

toon fonte disse...

o Galeano é ótimo!
você foi nessa palestra, Diogo?
abração

Unknown disse...

Oi Danton! Tu passou no meu blog e deixou um comentário:
"Um conselho, continue fazendo charges, deixe o debate politico para alguém que entenda..."
E respondi:
"Não faço análises políticas. Não faço nem charge, Danton. A charge sempre está atrelada a um tema em voga. Faço cartum e tirinha, que são piadas gráficas atemporais. A real é que ODEIO falar sobre política. Será que vcs não estão percebendo que este texto é apenas um relato, uma coletânea e não uma crítica política?!
My dog... Santa falta de interpretação de texto, hein?!
Bjs!"

Hehehehehe!!!

Ei, menino!!! Gostei do teu blog!! Show!
Beijão!
Pryscila - cartunista

Tatyana França disse...

só hoje eu soube q galeano esteve no rio e q fez palestra e destilou suas ironias e tudo mais.
e hoje, bateu um arrependimento fdp (de novo!) de ter ido embora da cidade maravilhosa, onde coisas como esta acontecem com mais freqüência :/

eu nem me importaria com o trânsito caótico e com a chuva e nem com nada... se pudesse assistir a palestra dele.

(suspiro).

Tatyana França disse...

só hoje eu soube q galeano esteve no rio e q fez palestra e destilou suas ironias e tudo mais.
e hoje, bateu um arrependimento fdp (de novo!) de ter ido embora da cidade maravilhosa, onde coisas como esta acontecem com mais freqüência :/

eu nem me importaria com o trânsito caótico e com a chuva e nem com nada... se pudesse assistir a palestra dele.

(suspiro).

Tatyana França disse...

* correção boba: se pudesse ter assistido


hehehe.

Diogo disse...

Oi Toon, fui sim! foi bem legal...

Oi Tatyana, tudo bem? Pois é, no dia tava uma confusão, mta chuva! Todo mundo disse pra eu não ir, eu tava no Centro e a palestra foi na Gávea; um amigo meu q mora em Niterói não foi pq tava caindo o mundo lá... O Metrô tava hiperlotado, fui todo amassado..rsrs

mas valeu a pena; valeria a pena ter ficado mais um pouco no rio hein...

bjo