quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Eh, ôô, vida de gado!!


Na última semana o Rio de Janeiro assistiu a uma série de atos de protesto contra as péssimas condições do sistema de transporte ferroviário. Após algumas paralisações e a falta de informação a respeito do que havia ocorrido, dezenas de pessoas quebraram e atearam fogo em vários vagões; cabines bancárias de auto-atendimento, bilheterias e roletas também foram alvo.

O governador do Estado, Sérgio Führer Cabral saiu em defesa da Companhia de trens (Supervia), e chegou a chamar o povo rebelde de bandidos e vagabundos, além de exigir, por óbvio, “a identificação, prisão e punição dos vândalos”.

Não podia ser outra a posição do governo em face da revolta popular. Sempre que o povo tenta demonstrar seu poder e exigir seus direitos acaba sendo coibido com violência. Foi o que se viu na Central do Brasil, por exemplo: Tropa de choque, balas de borracha, bombas de gás e cacetadas. Isso para o povo que eles mesmos, quando é do interesse, denominam de “trabalhador”.

O povo não se revoltou ‘apenas’ com os eventos ocorridos naqueles dias, ele se revoltou com toda a situação enfrentada a cada dia. Os trens, responsabilidade da Supervia (Concessionária de serviço público do Estado), estão em sua maioria em péssimo estado; a alta demanda e a pouca quantidade de vagões acarretam a superlotação (mais conhecida como lata de sardinha); e os preços não param de subir. Note-se que o serviço é público, mas foi privatizado pelo Estado.

Tudo tem que estar “dentro da normalidade”, pois o governo não pode se sentir pressionado. Certa vez, após uma revolta parecida ocorrida no terminal das Barcas que fazem o trajeto Rio-Niterói, a estação amanheceu tomada por seguranças e policiais. Para um amigo meu que presenciou a cena, parecia que eles esperavam uma revolução.

Eles até esperam, nós que não acreditamos.

2 comentários:

CHRISTINA MONTENEGRO disse...

Assustador.

kahmei disse...

o poder suspende a razão dos governates,o que comprova isso é a repressão quando tenta-se praticar a liberdade de expressão... nessas horas o titulo do blog me faz refletir para que(m) serve mesmo o Estado?
seria comico se não fosse tragico!