
Muitos deles se organizaram no Movimento dos Sem-Terra. Desde os acampamentos, improvisados às margens das rodovias, jorra um rio de gente que avança em silêncio, durante a noite, para ocupar os latifúndios vazios. Rebentam o cadeado, abrem a porteira e entram. Às vezes são recebidos a bala por pistoleiros e soldados, os únicos que trabalham nessas terras não trabalhadas.
O Movimento dos Sem-terra é culpado: além de não respeitar o direito de propriedade dos parasitas, chega ao cúmulo de desrespeitar o dever nacional: os sem-terra cultivam alimentos nas terras que conquistam, embora o Banco Mundial determine que os países do sul não produzam sua própria comida e sejam submissos mendigos do mercado internacional.
Eduardo Galeano, em “ De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso”. 9ª Ed. Porto Alegre: L&PM, 2007.
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